7 de dezembro de 2002

BRAÇO DE MAR

Nei Duclós

O mar é sempre maior
e o luar lhe faz a corte
Não há medida do homem
entra a praia e o horizonte

O mar já veio antes
da onda inventar o tempo

É ele quem trai o porto
e acende o pavio da bomba
que puxa a noite do poço
e corta os pulsos da sombra

E mesmo no sol, o mar transa
seu jogo de conveniências
suas algas postas de molho
sua escultura sem cabeça

O mar é sempre o começo

(Do livro " No Mar, Veremos", Ed. Globo, 2001)

Nenhum comentário:

Postar um comentário