1 de novembro de 2003

O BRASIL FEITO NA MARRA

Diário da Fonte - Edição Extra

O BRASIL FEITO NA MARRA

Participei da apreensão dos habitantes de Florianópolis que enfrentaram um duro apagão de quase 50 horas. A lição maior é essa: basta de resmas de papel contendo projetos obsoletos e caros. Viva a força da vontade, a urgência da necessidade, a coragem de fazer e a emoção do trabalho feito.


TRABALHAR NO POTENCIAL - O operário que veio do Paraná limpa o suor e declara no Diário Catarinense: "Gosto mesmo é de trabalhar no potencial". Essa expressão significa: trabalhar na linha em funcionamento, com os quilowatts de tocaia para te pegar. A linha de transmissão queimou e tiveram que fazer uma linha paralela, levantando postes, pendurando-se no alto, fazendo em 36 horas o que seria feito no mínimo em 90 dias, sendo que três meses seriam dedicados à confecção do projeto. Pois basta de projetos. O Brasil foi feito assim, com a população colocando a mão na massa. Riem até hoje do Washington Luiz , que dizia que governar é abrir estradas, mas me dei conta aqui, sofrendo as consequências do apagão, que governar é isso mesmo, cuidar da infra-estrutura. O resto é papo furado. Sem luz a bomba de gasolina não funciona, o evento futurista programado foi apenas um festival de velas acesas. Não tem internet não tem nada. Basta de papo furado.
Quando voltar para Sampa, o que acontecerá nesta semana que entra, entrarei em mais detalhes. E já aviso: o que me agrada mesmo é trabalhar no potencial! Não me peçam mais projetos. O negócio é fazer e pronto. Tenho dito, em trânsito e aprendendo alguma coisa.

VITÓRIA - Quando os técnicos e operários terminaram o trabalho, e restabeleceram a luz, todos choraram. Chorei junto. Trabalharam no potencial. Viva o Brasil.

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