23 de dezembro de 2006

OS ANOS SESSENTA




Nei Duclós


Nosso futuro ficou nos anos sessenta
Quem nos dera chegar aos anos sessenta
Hoje somos o passado dos anos sessenta
Não tínhamos saudade nos anos sessenta
Vi a capa de Credence nos anos sessenta
E a alma de borracha nos anos sessenta
E tinha a lágrima na banca nos anos sessenta
e gracias señor nos anos sessenta
quero todos os filmes dos anos sessenta
e todos os debates dos anos sessenta

Eu tinha vinte anos nos anos sessenta
E sessenta quilos nos anos sessenta
Meu cabelo nos ombros nos anos sessenta
As guitarras eram anjos nos anos sessenta
Para onde foi a luz dos anos sessenta
Gastamos tudo nos anos sessenta?
Nada ficou dos anos sessenta
A não ser o sonho acabou dos anos sessenta
Mas juro que não era sonho os anos sessenta
Era real como pimenta os anos sessenta
E woodstock foi overdose dos anos sessenta
Achamos que eram eternos os anos sessenta

Fomos para a rua nos anos sessenta
E para todas as estradas nos anos sessenta
E expusemos poemas nos anos sessenta
E hoje ninguém lembra dos anos sessenta
O que querem tirar dos anos sessenta?
Se a juventude se foi nos anos sessenta
E restou essa ressaca dos anos sessenta
Esse verso recorrente dos anos sessenta

E quando me chamam de antigo, dos anos sessenta
Eu discordo porque não sou dos anos sessenta
Eu passei como o vento nos anos sessenta
Juntei meus pedaços nos anos sessenta
E estou aqui muito perto dos anos sessenta
Aqui pesam sessenta anos dos anos sessenta
E vê se atenta aos anos sessenta
Não que eles voltem, os anos sessenta
Mas porque nunca se foram os anos sessenta
Estão apenas dormindo os anos sessenta

E quando disserem que os anos sessenta
Acabaram para sempre nos anos sessenta
Haverá um súbito acordar, como nos anos sessenta
A era de aquarius foi nos anos sessenta
As profecias estavam certas nos anos sessenta
E nós somos os profetas dos anos sessenta
Nossa voz vem dos anos sessenta
E chegam até vós pelos anos sessenta
Ouçam o que vemos dos anos sessenta
O que sempre ficará dos anos sessenta

Essa verdade dos anos sessenta
Esse som dos anos sessenta
Essa eternidade dos anos sessenta
Que nos faz assim exilados dos anos sessenta
Expostos ao riso desde os anos sessenta

RETORNO - Recebi os melhores votos de Boas Festas de uma seleção brasileira: Moacir Japiassu, André Falavigna, Pedro J. Bondaczuk, Marco Celso Viola, Eduardo Sanmartin, Julia Zillig, Delmar Marques, entre muitos outros. E retribuo com os mais sinceros votos de felicidades nestas festas. O Diário da Fonte continua. Aqui não tem recesso nem férias.

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