6 de outubro de 2009

NA MORAL


Nei Duclós (*)

No início de um confronto, a força é de quem tem a moral, que é a soma de normas ditadas pelos costumes, a educação e a tradição. E de quem diz agir conforme a ética, o modo considerado correto de se comportar. Isso é uma vantagem, pois ajuda a formar alianças e a fazer mobilizações bem sucedidas, isolando o oponente que, em tese, não possui o mesmo cacife de princípios universalmente aceitos. Mas tudo se dilui quando, por falta de diálogo, cada lado da luta decide que está com a razão. A briga então se generaliza e a força passa a ser de quem tem mais poder de fogo e define a melhor estratégia.

A escolha de "outros meios" de fazer política, como escreveu Clausewitz no seu livro clássico, "Da Guerra", acaba jogando no ralo os motivos que impulsionaram o engajamento. No momento em que o soldado entra no território conflagrado, acaba sua liberdade. Há tempos que o mundo entrou nessa zona nebulosa de carnificina, apesar dos acordos de paz. Sem falar nos exemplos óbvios, do Afeganistão à Guiné-Conacri, temos a difusão extrema dos conflitos no seu grau mais intenso ao nosso redor.

O espaço da conversa diminuiu e o que se vê é o tiroteio e o poder crescente das facções, enquanto a cidadania desarmada foge das balas perdidas. Já saiu da reta o conjunto de explicações para tanto crime. Perdeu a força falar em problema social. O que temos é perversidade pura e simples, em todos os nichos, marginais ou oficiais. Os corpos dos adversários políticos fuzilados amontoam-se junto com as vítimas de assassinatos comuns. A violência em todo o tecido social destruiu a sólida argumentação a favor da moral e da ética. Populares aplaudem execuções na calçada enquanto criminosos notórios sorriem em frente às câmeras. A corrupção corrói o sistema, alimentando a brutalidade geral.

No desequilíbrio internacional, reflexo ou consequência desse front interno, a verdade, que deveria fazer o papel de algoz, acaba como vítima. Não fazer concessão aos opositores, que enfeixariam todos os males da falta de razão, contamina o espectro legal das nações. A base das posições, que pode ser chamada de ideologia ou civilização, se esgarça junto com o tiroteio. Hoje, a moral não tem mais a mesma serventia, a não ser para insuflar discursos vazios que perderam a batalha para o chumbo, a lâmina, o míssil, a pólvora.

RETORNO - Crônica publicada neta terça-feira, dia 6 de outubro de 2009, no caderno Variedades, do Diário Catarinense.

ROMA, URGENTE: SEMINÁRIO DE LITERATURA BRASILEIRA

Julio Monteiro Martins, o mais importante escritor brasileiro em atividade no Exterior, me envia a seguinte mensagem: "Caro amigo Nei. Te mando um belo projeto relativo ao Brasil, que eu organizei a pedido da Embaixada do Brasil em Roma, e que inicia na próxima semana. É o maior e o mais completo sobre o assunto já realizado no exterior. Acho que o pessoal no Brasil que trabalha com lit. brasileira gostaria de conhecê-lo, não é? Um abraço,Julio."

SEMINARIO: STORIA DELLA LETTERATURA BRASILIANA

Roma, 15 ottobre - 1 dicembre 2009 - Ambasciata del Brasile

Tutti gli incontri del Seminario avranno luogo dalle ore 18:00 alle ore 20:00, nell’Auditorium del Centro Culturale Brasile-Italia – Piazza Navona, 18.

Gli incontri si svolgeranno sempre in italiano.

Il coordinamento del Seminario è a cura del Professor Julio César Monteiro Martins (Università di Pisa) e del Settore Culturale dell’Ambasciata del Brasile.

L’ingresso è libero.

PROGRAMMA

1° Incontro: Giovedì 15 ottobre 2009
Lo spirito e il contributo originale della letteratura brasiliana
(Professor Julio César Monteiro Martins, Università di Pisa)
Seguirà cocktail.

2° Incontro: Venerdì 23 ottobre 2009
La letteratura brasiliana come letteratura della complessità
(Professor Silvano Peloso – Università degli Studi di Roma «La Sapienza»)

3° Incontro: Martedì 27 ottobre 2009
Romanticismo e identità nazionale
(Professoressa Sonia Netto Salomão - Università degli Studi di Roma «La Sapienza»)

4° Incontro: Venerdì 30 ottobre 2009
Machado de Assis: la maturità del romanzo e l’“istinto” della nazionalità
(Professor Roberto Mulinacci – Università degli Studi di Bologna)

5° Incontro: Lunedì 2 novembre 2009
Città, Sertão, Amazzonia agli albori del XX secolo. Lima Barreto, Euclides da Cunha e la costruzione di una poetica dello spazio brasiliano
(Professor Aniello Angelo Avella – Università degli Studi di Roma Tor-Vergata)
Nel corso della conferenza sarà proiettato il film "A Paz é Dourada", di Noilton Nunes (anteprima europea, 80’)

6° Incontro: Venerdì 6 novembre 2009
Modernismi e manifesti letterari: nuove cartografie della nazione
(Professor Giorgio De Marchis – Università degli Studi di Roma Tre)

7° Incontro: Venerdì 13 novembre 2009
Altri modernismi: nazionalismo e regionalismo nella stabilizzazione della coscienza creatrice brasiliana
(Professor Roberto Vecchi – Università degli Studi di Bologna)

8° Incontro: Martedì 17 novembre 2009
Poetiche del Novecento e modernità in transito: Bandeira e Drummond
(Professoressa Giulia Lanciani – Università degli Studi di Roma Tre)

9° Incontro: Venerdì 20 novembre 2009
Pós-tudo. Modernità radicale e narrative: João Guimarães Rosa e Clarice Lispector
(Professor Ettore Finazzi-Agrò – Università degli Studi di Roma «La Sapienza»)

10° Incontro: Venerdì 27 novembre 2009
Utopia, resistenza, diaspora (1960-1990)
(Professor Giovanni Ricciardi – Università degli Studi di Napoli)

11° Incontro: Martedì 1 dicembre 2009
La letteratura del XXI Secolo. Il nuovo realismo urbano di Cidade de Deus, i nuovi narratori, gli scrittori emergenti
(Dottoressa Silvia Marianecci, traduttrice)

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