17 de novembro de 2011

ROSTO


Nei Duclós

Ruiva, mas não é esse o ponto
(apesar de ser o foco de algo fundo)

É a expressão do rosto, acima da entrega
espécie de celebração do sonho
Mas acordada, de olhos tontos
semicerrando cenas de um prazer secreto

Boca em repouso, cabelo ao vento
cheirando algum perfume que se escuta
já que os ouvidos se torcem com o pescoço
E assim temos o conjunto de um encanto

Quem é a dona de saber oculto
que só a ela corresponde?
Importa que somos coadjuvantes
do que nos faz admirados e silentes

E nada há demais, apenas esse sopro
de luz que vem de longe, talvez
do lugar onde um dia encontramos
o poema perdido ou o amor para sempre



RETORNO - Imagem desta edição: Carol Phoenix.

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