9 de novembro de 2011

SURRA


Nei Duclós

Por maior a surra, a das mulheres
será sempre cascata e paraíso
algo de flor no gesto compulsivo
dor que é doçura no balir do espinho

Não me refiro à explosão lasciva
que de propósito alimenta o vício
mas a vingança sem cair no crime
raiva de querer mais e estar vazia

Mulher quando enfurece é como risco
que se corre na hora do perigo
mas há um bordado na dobra do vestido

uma sombra de amor que sente frio
e implora que se impeça o desatino
mesmo que eu mereça o corretivo


RETORNO - Imagem desta edição: obra de William Bouguereau.

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