7 de janeiro de 2012

NACIONALIDADES


Nei Duclós

Italiano é quando alguém bate de leve, mas firme, no rosto do outro. Italiana é quando bate forte.

Alemão trabalha, o resto faz a sesta.

Argentino quer anexar as Falklands porque fica ao lado. A Argentina fica ao nosso lado. Vamos anexá-la então? Só quero os alfajores.

Espanhol está enredado no fascínio pela própria língua.

Portugal é um Império. Não existe mais, não interessa. O Brasil é culpa dele.

Com árabe não se brinca. Cimitarras e estômago extra de dromedário.

Esquimós deglutem óleos em iglus.

O Brasil descobriu o sexo e saiu a disseminar a boa nova pelo mundo. Os estrangeiros fingem que acham novidade e aproveitam.

Bolivianos são paraguaios que trocaram a harpa pela flauta inca. E afiam facões quando alguém faz esse tipo de graça com eles.

Britânicos são exalações nasais acompanhadas de estalidos da língua, mistura de chá, licor e neblina.

China é um produto 1,99 com pose de império milenar.

O Japão reconstruírá o mundo depois do Apocalipse. Em duas semanas.

Gaúchas não usam bombachas. Graças a Deus.

Nordeste produz rendas chinesas. Típicas da região.

Kassab é um prato nipônico inventado em São Paulo. Tem uns seis anos, mas já virou culinária secular.

A Rio de Janeiro continua nua.

No Mato Grosso a floresta agora fala fino.

Sem fronteira é quando falam do Brasil.

Só o Brasil fica no planeta. Os outros ficam no mundo dividido por fronteiras políticas.



RETORNO - Imagem desta edição: Monica Bellucio, batendo fortíssimo

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