18 de abril de 2013

CHINUA ACHEBE É O DESTAQUE DA SAGARANA 51

 Julio Monteiro Martins me envia de Lucca, Italia, o cardápio da edição número 51 da revista que edita lá, na língua de Dante. Sagarana, não canso de repetir, é a melhor revista cultural do mundo. Nada se compara a esse banquete. O destaque é o escritor nigeriano Chinua Achebe. E minha poesia, nesta edição, faz parte da pauta (veja meu poema Flerte depois do texto de apresentação da revista). A redação da Sagarana com a palavra:
 
 "É com satisfação que anunciamos a presença on-line, a partir de hoje, do n° 51 da revista Sagarana, em língua italiana, no endereço telemático www.sagarana.net . A capa desta edição é dedicada ao grande escritor nigeriano Chinua Achebe, morto há poucos dias. Apresentamos o seu conto “Il sentiero dei morti”, uma sua poesia, “Madre rifugiata con bambino” e um trecho do seu romance “Un uomo del popolo”.

Este novo número contém diversos ensaios e artigos, “Il silenzio dei média genera mostri” de Andréa Matricardi, o primeiro texto de uma série de oito, que serão enviados por Amnesty International para cada nova edição de “Sagarana”. “I gesuiti in Brasile” di Mirella Abriani e “Ratzinger e la Teologia della Liberazione”, de Loretta Emiri, além do ensaio “Scoprendo il ventre del continente”, sobre a recepção na Itália das obras de Machado de Assis e de Guimarães Rosa, “L’ultima lettera” a George W. Bush e a Dick Cheeney, escrita por um soldado da guerra do Iraque, Tomas Young, que ficou paralítico e decidiu suicidar-se. Uma análise da poesia de Capinam, “I ceti medi” (As classes médias) do cientista político Paul Ginsborg, “Alla cabucelle” de Yves Montand,“Scrivere o far saltare una diga” (Escrever ou explodir uma represa) do filósofo estadunidense Derreck Jensen, e um estudo da obra de Roberto Bolaño também estão presentes nesta edição.

O Editorial desta edição, de Julio Cesar Monteiro Martins, “La cultura cambia pelle”, tenta imaginar o que poderia ser uma revolução no mundo cultural italiano, e a revelar o que é que está desabando e o que está nascendo ou está para nascer nesta área tão próxima e tão ligada à área política, e que vive com esta numa simbiose que reflete a realidade do poder, mas que se transforma rapidamente quando esta realidade muda a sua ideologia e as pessoas no comando.

Em Narrativa, além dos textos de Chinua Achebe, temos traduções inéditas de um trecho de um romance de Camilo Castelo Branco e do conto “Testolina bianca” da escritora mexicana Rosário Castellanos, o trecho de um romance “Rovesciare il Governo” de Irene Némirovsky, “Annamaria Oliovino” de Bernard Malamud, “Madame El-Koutoub” de Patrick Modiano e textos inéditos de Mantea e de Anne MacDonell, além de Remo Bassini, Zadie Smith e Lorenzo Spurio.

Em Poesia, traduções inéditas de obras de grandes poetas, como Rainer Malkowski, Paul Polanski, Roberto Juarroz e June Jordan, as poesias inéditas de Nei Duclós, Robert Bly, Marge Piercy, Helene Paraskeva, Isabel Fraire, Todd Swift e José Carlos Becerra, as “Storielle del Vento” di Garcia Lorca e “Candele” de Kostantin Kavafis, além dos contos e das poesias de novos autores, na seção Vento Nuovo.
Neste mesmo endereço telemático encontrarão a atualização da seção Il Direttore, com o conto Il pet shop di Rua Tiradentes, de Monteiro Martins.

Esperamos que os ensaios, os contos, as poesias e os trechos de romances selecionados possam oferecer-lhes muitas horas de agradável leitura. Cordialmente, A Redação de Sagarana."

Sagarana FLIRT


Nei Duclós


FLIRT



So che non lo merito
ma al solo guardarti
dimagrisco
Immagino il tuo disprezzo
ma nulla pesa
il desiderio
Il cuore è sempre lo stesso
Fluttua quando sei
vicina
Se mi chiedi perché
al posto di correre
scrivo
È per non perderti più
mia quarta foglia
di trifoglio
In lingua originale:
FLERTE
Nei Duclós
Se que não mereço
Mas ao te olhar
Emagreço.
Imagino o teu desprezo
mas nada pesa
o desejo
O coração ainda é o mesmo
Flutua quando estás
perto
Se me perguntas por quê
em vez de correr
escrevo
É para não mais te perder
minha quarta folha
de trevo







Poesia tratta dalla raccolta Partimos de manhã, Coarg edições / Instituto Nacional di Livro, Porto Alegre, Brasile, 2012. Traduzione in Italiano di Julio Monteiro Martins.




Nei Duclós

Nei Duclós è un poeta brasiliano, l'autore di Outubro.