15 de abril de 2013

LENÇOL DE PLUMA



Nei Duclós

Assim como o Leste lista o giz da luz
na louça reflexa do dia, exultas muda
com pele lisa que ensaboa o jogo afim
de armar a cena de tuas finas chuvas

Postas a atitude de quem dorme fundo
na cama que é tudo, conflito e concílio
perda de identidade e resgate anímico
enquanto o Tempo assume o fogo lírico

O sonho é lençol de pluma onde pouso
a fantasia de reacender o teu incêndio
no mundo que escorrega para o escuro

e o céu varre teus olhos que despertam
à procura dos óculos do amor eterno
por onde vês meu gesto que te inunda