13 de setembro de 2014

VAGA



Nei Duclós

Um gesto não se apaga
O adeus se estabelece
quando o amor
abre uma vaga

A planta permanece
no fecho da aldrava
A porta recupera
a madeira em queda

A matéria é eterna
só migra de estado
hoje sou teu corpo
amanhã teu carma

Corrijo ao som da corda
o estirão da primavera
pinto o que me nega
teu rosto incerto

A semente apodrece
só o vento nos resta
vibra de olho atento
a vontade na espera

RETORNO – Imagem desta edição: obra de Henrique Pousão.

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