18 de novembro de 2014

MEL DO MATO



Nei Duclós

Nossas mãos vão deslizando para o adeus
mas querem outra coisa.

Deitamos no campo de olho nas estrelas.
Somos cadentes de tanto abandono.
O que virá agora?

Virá aquele sentimento indefinível.
Um beijo demorado, ou algo parecido.
O que fazer com esse beijo?

Vamos deixar que nos surpreenda.
Adivinho o gosto da tua boca.
Doce, como o mel do mato.

Agora te foste.
Fiquei com um sorriso engatilhado.
Vai durar muito.


RETORNO - Imagem desta edição: foto de Marga Cendón

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