23 de novembro de 2015

UM INICIADO NO FRONT DA LEITURA



Quinze anos atrás, Miguel Lobato Duclós (1978-2015) publicou esta lista comentada por ele de livros de iniciação à Filosofia para estudantes, entusiasmado com a perspectiva de a mãe de todas as ciências voltar a ser ensinada nas escolas. Miguel convivia com a esperança de um mundo mais esclarecido e sabia a importância de estimular a leitura desde cedo. Criado numa biblioteca, a da nossa casa, que ele enriqueceu de livros fundamentais e que agora leva seu nome, alternava o acervo impresso com o mundo virtual e sentia a necessidade de abastecer a internet com a riqueza dos volumes que ele acumulava e lia e se espalhava por todas as peças. Digitalizou inúmeros textos e livros inteiros para que todos pudessem conhecer o que estava confinado em estantes remotas. Assim é Miguel Lobato Duclós , um filósofo no front, que deixa mais do que um legado, um exemplo. Amor e iluminação na vida dedicada aos estudos.

LISTA DE LIVROS SUGERIDOS PARA ESTUDANTES
DO ENSINO MÉDIO OU INICIANTES EM FILOSOFIA

MIGUEL DUCLÓS

Após a leitura desta bibliografia você saberá as principais correntes e pensadores da História da Filosofia, além de adquirir uma boa base para futura especialização em alguma área e domínio do vocabulário técnico da filosofia. Note que alguns dos livros não tem apenas iniciantes como público-alvo, mas podem ser usados por estes sem problemas. Recomendo também uma busca no catálogo das bibliotecas da FFLCH – USP para achar os dados de publicações sobre filosofia em português ou em outras línguas.Esta lista serve tanto a estudantes aplicados do ensino médio quanto para pessoas de outras áreas que desejam adquirir mais solidez intelectual e conceitual em seus trabalhos. Os livros que menciono como estando no catálogo das editoras provavelmente podem ser adquiridos numa boa livraria, como a Livraria Cultura. Outros títulos podem ainda ser pesquisados em Sebos. Esta lista pode ser aumentada ou modificada ocasionalmente. Prefira sempre uma grande casa editorial, que tenha um responsável conhecido cuidando. Algumas editoras que costumam editar boas traduções de filosofia: Calouste Gulbenkian (Portugal), Edições 70 (Portugal), Martins Fontes, Companhia das Letras, Zahar Editores e as universitárias: UNESP, Edusp, Unb.

Em primeiro lugar, a publicação mais séria, de grande pioneirismo e alcance na difusão da filosofia no Brasil e dos textos clássicos, foi editada pela Abril Cultural: a coleção “Os Pensadores”. Elaborada a partir dos anos 70, quando os departamentos de filosofia já amadureciam sua produção, idealizada por José Américo Mota Pessanha, esta coleção é composta de 54 volumes, cada um contém ou o principal livro do autor, ou alguns dos seus textos completos, ou ainda – como é o caso do volume Nietzsche – uma seleção de trechos. Além disso, há sempre uma introdução com vida e obra, coordenada por um profissional responsável, geralmente um estudioso do assunto. Os pensadores abordados são os mais importantes e clássicos da filosofia, e alguns volumes são dedicados a mais de um autor. O primeiro volume é uma História da Filosofia do Will Durant, que se encontra editada em várias outras versões (veja abaixo). Muitos dos livros e das traduções desta coleção também figuram em outras edições .

Existem várias edições de “Os Pensadores”. A melhor é a primeira, feita a partir de 1974, que tem uma capa azul dura. Ela é facilmente encontrada em vários sebos nos centros urbanos, e alguns inclusive vendem a coleção completa. Nesta primeira edição, a “vida e obra” vem em encartes separados, em papel de luxo com ilustrações coloridas. Geralmente os sebos vendem os livros sem o encarte, mas se você tiver sorte, pode achar os dois juntos. Além dos sebos, qualquer biblioteca que se preze em sua cidade há de ter esta coleção na seção de Filosofia. Isto também vale para os outros livros fora de catálogo citados neste índice.

Se você não conseguir achar a primeira edição, até a terceira edição – a de capa branca com a foto de um filósofo na capa, da década de 80 – mantém o conteúdo inalterado. As edições posteriores a essa, porém, fragmentam ou mutilam o conteúdo, portanto não é desejável que você as adquira.

HISTÓRIAS DA FILOSOFIA

Evidentemente eu não estou a par dos últimos lançamentos nem conheço todos os livros de História da Filosofia, que formam um mercado editorial vastíssimo. Posso, porém , comentar e recomendar as seguintes Histórias da Filosofia :

    Chatêlet, Fançois (direção) História da filosofia: idéias, doutrinas Zahar editores, 1974. R.J . Tradução. de Maria José de Almeida- em 8 volumes. Essa coleção é divida por períodos históricos e correntes filosóficas, e não por pensadores. São convidados diversos professores para escrever os artigos em cada área. Essa coleção pela Zahar está esgotadíssima, mas existe também uma tradução portuguesa pela Guimarães.
    Bréhier, Emile. Historia De La Filosofia. Buenos Aires : Sudamericana, 1962 – em 3 volumes. Há uma tradução para português publicada pela editora Mestre Jou, mas está esgotadíssima. De qualquer forma, ela pode ser consultada em espanhol nesta edição argentina. Destaque para os textos de filosofia antiga, como o estoicismo, do qual o autor era um estudioso.
    Russel, Bertrand . História da Filosofia Ocidental – em 4 volumes. Esse obra tem várias edições em várias editoras, por isso não coloquei nenhuma específica. Me parece que já faz algum tempo que ela não é reeditada, de qualquer forma, é bastante fácil de ser achada em sebos ou bancas de livros usados. Bertrand Russel é um importante matemático, lógico e filósofo científico. Desta forma, não é de se espantar que ele não limite sua tarefa de historiador a explanações sintéticas. Russel analisa os filósofos, criticando-os segundo suas opiniões, elegendo-os segundo uma “hierarquia”, chega mesmo a desqualificar alguns importantes, como Nietzsche e Platão. Essa história consta aqui porque é popular, mas eu particularmente não recomendo. Se quiser ler, leia com cuidado para não se deixar influenciar demasiadamente.
    Reale, Giovanni . História da Filosofia Antiga. Giovanni Reale é um professor italiano especialista em Platão, atualmente um dos que mais conhecem filosofia antiga. Isso não transforma essa sua História da Filosofia Antiga em algo que só pode ser compreendido por eruditos. Pelo contrário, seu estilo explanatório e prolixo levará o estudante a tirar de letra os mais complexos conceitos da filosofia platônica, aristotélica etc. Apesar disso, também empurra para o estudante o resultados de suas reflexões originais, como a teoria das doutrinas não-escritas de Platão. É autor junto com Dario Antiseri de outra História da Filosofia. (ver abaixo). Esta obra se encontra no catálogo das livrarias, embora tenha um preço muito salgado.
    Reale, Giovanni. e Antiseri, Dario. A História da filosofia. Editora Paulus. 1990. – em 3 volumes. Aqui temos um resumo de cerca de 30 páginas para os principais filósofos. O resumo é muito bem feito, no geral, e consegue explicar para os estudantes os principais pontos relativos a um autor. Feito para o colegial italiano, é mais avançado até que alguns cursos universitários brasileiros. É engraçado o enorme espaço dado aos filósofos italianos, como Maquiavel e Campanella. Estes volumes se encontram à venda nas principais livrarias. Agora está sendo também constantemente editado.
    Durant, Will. História da Filosofia, em um volume. Bem, este é o primeiro volume dos Pensadores que mencionei acima. Embora, este livro tenha um escopo bem menor do que os outros até agora mencionados, resolvi incluí-lo. Will Durant é um escritor americano que consegue simplificar de forma absorvível as idéias contidas no livro principal de alguns autores. Ele comete algumas omissões intoleráveis para uma História da Filosofia que pretende abarcar todas as épocas, mas apresenta um bom resumo dos autores que aborda. É facilmente encontrado à venda.
    Gilson, Etiénne. História da Filosofia Medieval. – Talvez não seja apropriado recomendar estes livros para iniciantes. Eles ganharam tradução pela editora Martim Fontes. Gilson é, talvez, o maior comentador de Filosofia Medieval que existe, seu livro traz tudo o que precisa ser conhecido sobre este período, com uma notável erudição. Adicionalmente, trata muito bem os filósofos modernos, especialmente os do século XVII.

LIVROS DA PROFESSORA MARILENA CHAUÍ

Dentre os inúmeros campos de atuação desta professora – que vem formando gerações de filósofos -, se inclui a luta pela volta da filosofia para o segundo grau e a divulgação da filosofia para leigos. Neste aspecto, são particularmente interessantes estes três livros, adotados como padrão em muitas escolas .

    Chauí, Marilena. Introdução à história da filosofia. Conteúdo do v.1- dos Pré-Socraticos a Aristóteles. Esta obra foi projetada para ser publicada em 3 volumes, porém até agora somente o primeiro volume – sobre filosofia antiga, foi lançado. Facilmente encontrado em livrarias.
    Chauí, Marilena – Primeira filosofia : lições introdutórias : sugestões para o ensino básico de filosofia. – Esse eu não li, mas é bastante usado pelos professores do segundo grau. Existe um volume chamado Primeira Filosofia com textos preparados por professores da USP.
    Chauí, Marilena – Convite a filosofia – Este é o livro mais clássico e completo da professora no quesito introdução à filosofia. A divisão do livro é muito interessante: temática, explana os principais tópicos da investigação filosófica para o aluno. Constantemente reeditado e revisto. A nova edição aborda na introdução o famoso filme Matrix.

OBRAS DE REFERÊNCIA – DICIONÁRIOS

Úteis tanto para estudantes avançados quanto para iniciantes, os dicionários de filosofia são, na verdade, indispensáveis. Eles ajudam a não nos perdermos em meio ao vasto vocabulário técnico da filosofia, e a não misturar o significado filosófico de um conceito com o seu uso corrente, como é o caso de vários verbetes : alienação, ceticismo, ética etc. Para uma apresentação de vários dicionários, ver essa seção do Diretório de Links do site.

    Dicionário Básico de Filosofia – Hilton Japiassu e Danilo Marcondes. – Sem dúvida o melhor empreendimento deste gênero de autoria brasileira. Os verbetes vão direto ao ponto e procuram mostrar diversas definições de um mesmo conceito. Possui ainda verbetes com vários filósofos, explicando seu tópico central. Da Zahar Editores, facilmente encontrado nas livrarias.
    Dicionário de Filosofía – de José Ferrater Mora .- Na minha opinião, o maior dicionário de filosofia já feito. Uma construção simplesmente monumental. Sua última edição revista e atualizada tem 4 volumes. Cada verbete gera praticamente um artigo, constituindo assim uma história dos conceitos. Há ainda um índice de filósofos e uma bibliografia para cada um deles. A tradução para o português é recente, mas não compre um resumo, somente o texto integral. O original é em espanhol, pela Editora Alianza, de Madrid. As versões antigas podem ser encontradas em sebos e as novas em livrarias estrangeiras. Em ambos o caso, o preço é caríssimo.
    Dicionário de Filosofia – Niccola Abbagnano – com várias edições, em especial a da Editora Mestre Jou, de São Paulo 1982. – um dos mais completos e eficientes dicionários disponíveis. Facilmente encontrado nas livrarias.
    Vocabulário Técnico e Crítico de Filosofia – De André Lalande, posteriormente ampliado pela Sociedade Francesa de Filosofia. Também com várias reedições, como a da Editora Martins Fontes, São Paulo, 1996. Esse é o mais conhecido e usado dicionário. Dá ênfase à historiografia dos verbetes e às suas etimologias. Apresenta diversas citações no original, com suas respectivas traduções. Infelizmente, patina em alguns pontos, pois dá importância exagerada à alguns verbetes e praticamente ignora outros. Por exemplo, o verbete paradoxo meio que ignora o significado mais comum do termo na filosofia. De uma maneira geral, funciona muito bem até Kant, mas está ultrapassado para as correntes do século XX, principalmente da segunda metade do século XX. Facilmente encontrado em livrarias.

COMENTADORES ESPECÍFICOS DE UM AUTOR

Eis um ramo que tem crescido muito e no qual é preciso tomar cuidado para separar o joio do trigo. Como ainda estou empenhado nesta árdua tarefa, a lista se encontra extremamente enxuta.

    Dicionários de Filósofos – é uma coleção editada pela Jorge Zahar com vários volumes já publicados. Embora eles pudessem constar na seção de Dicionários acima, decidi incluí-los aqui, pois são dicionários temáticos sobre um filósofo. Estes dicionários são elaborados por especialistas e trazem de 100 a 150 verbetes sobre os conceitos e as obras de um autor. Assim, se você quiser consultar, de forma breve, o que é direito natural em Locke, ou estado de natureza em Rousseau, ou o cogito em Descartes, a dialética em Hegel esta é a publicação adequada. Os principais verbetes ocupam várias páginas, e tem uma explanação bastante satisfatória. Eu conheço os volumes Rousseau, Locke, Descartes e Wittgenstein, embora haja outros que seguem o mesmo padrão. Editado recentemente.
    Prefácio a Platão – de Erick Havelock. Este livro deve fazer parte da biblioteca básica de qualquer estudante de filosofia. O autor elucida a teoria de Platão traçando paralelos constantes com a cultura grega em geral. Disponível em livrarias
    Sócrates – de Francis Wolf , ed. Brasiliente, São Paulo, 1982 – Este livreto faz parte da coleção “Encanto Radical” , que apresenta vida e obra de vários personagens da cultura, história, filosofia etc. O volume Sócrates é escrito por Wolff, um competente helenista francês. Disponível em livrarias
    Nietzsche – Uma filosofia a marteladas – de Scarlett Marton. “Coleção Encanto Radical”. Embora a autora tenha refinado bem mais os escritos sobre sua paixão – Nietzsche – desde a publicação deste livro em 1983, ele se mantém uma interessante introdução em estilo ensaístico a este polêmico autor. Encontra-se em livrarias. Outros livros da mesma autora, que é professora da USP e coordenadora do Gen – Grupo de Estudos Nietzsche: Nietzsche – a Transvaloração dos valores – Extravagâncias – Ensaios sobre a filosofia de Nietzsche. Da mesma maneira, existem outros volumes da coleção Encanto Radical, como o volume sobre o filósofo Pascal, feito pelo professor Gérard Lébrun.

ALGUNS TEXTOS CLÁSSICOS QUE PODEM SER ABSORVIDOS POR INICIANTES.

O diálogo em torno de um autor clássico nunca se esgota, e é por isso mesmo ele é considerado clássico. Mas você pode ter diversos níveis de leitura num mesmo texto. As releituras são sempre bem vindas, pois com elas amadurecemos as questões, fazemos relações e analogias, absorvemos melhor o conteúdo. Além disso, nenhum comentador pode substituir a leitura da obra de um filósofo, sem intermediações. Separei uma lista de textos clássicos que na minha opinião podem ser lidos pelos iniciantes em filosofia. Muitos destes textos se encontram na já citada coleção Os Pensadores. Os comentários a estes livros, muito simples, são dirigidos aos estudantes que ainda não os leram. A lista também é só uma sugestão, e poderia ser outra.

    Apologia de Sócrates – de Platão. Disponível para leitura, sem maiores comentários aqui no nosso site. Este é um clássico absoluto. Platão apresenta como poderia ter sido a defesa de Sócrates diante do democrático tribunal ateniense, quando acusado por Anito e seus comparsas de corromper os jovens e negar os deuses do estado. Teria sido Sócrates realmente um mártir? Poderia ele ter escapado da sentença se assim desejasse? Teria a acusação sido feita pela militância aristocrática contra o regime de Péricles? Navegue por este livro para tentar achar as respostas.
    A política – de Aristóteles – O livro-síntese do pensamento político clássico , trata das diferentes formas de governo e de organização social, segundo o significado original de política – as coisas relativas à Pólis. Diversas edições e traduções.
    Confissões – de Santo Agostinho. – Este livro pode irritar os mais jovens, que tem uma relutância natural contra a prosa religiosa. Porém, quando estudado com calma se encontra – além das louvações do Santo – uma argumentação extremamente aguçada, concatenada e racional acerca dos problemas que afligem a humanidade: a origem do mal, a salvação divina, a relação entre fé e razão etc. Além disso, Agostinho praticamente inaugura o gênero autobiográfico com este livro. Prefira a edição da Martins Fontes.
    Confissões – de Jean-Jacques Rousseau . Rousseau, que sempre criticou a hipocrisia da sociedade ocidental, escreve este livro de peito aberto, contando sua vida desde as mais remotas lembranças da infância, sem procurar louvar a sua pessoa ou satisfazer sua vaidade. Uma viagem introspectiva, psicológica, ao universo interior deste pensador importantíssimo que reformulou as ciências humanas. Eu tenho uma tradução antiga da Rachel de Queiroz, mas este livro também é constantemente reeditado.
    O Príncipe – de Maquiavel . O que dizer do mais importante livro de política da Idade Moderna? Apenas que mudou a maneira de se ver o mundo. Escrito no contexto político da Itália na Renascença, que, segundo o autor, precisava ser unificada, este é o livro que separou a política da ética e da religião. Leia o livro e descubra porque simplificações e chavões como “os fins justificam os meios” não servem para resumir um autor. Disponível na internet e em milhares de edições fora dela.
    A Utopia de Thomas More. – Este livro pode ser lido como um simples romance, embora naturalmente não o seja. Nele estão presentes a teoria política, a crítica social, a construção de valores, propostas científicas e éticas. Tão importante que cunhou o termo utopia, porém de leitura fluente e fácil. A edição da Martins Fontes é boa. Editado no Brasil desde as primeiras décadas do século XX.
    Cândido – de Voltaire – Um dos melhores contos de Voltaire, critica abertamente o “otimismo leibniziano” que propõe este mundo como o melhor mundo possível de acordo com a Providência. O pessimismo de Voltaire se justificou ao observar o massacre de inocentes durante um terremoto em Lisboa. Cândido é um personagem ingênuo, que sai de sua terra natal e percorre o mundo – inclusive El Dourado na América – sempre lidando com a ganãncia e malignidade alheia. Pode ser lido em uma tarde, e é edificante e útil. Diversas edições e traduções.
    Zadig – de Voltaire. – Outro dos contos de Voltaire, porém este tem um enfoque diferente. A trama se passa na Babilônia e Zadig é um exemplo de homem virtuoso que vive mil aventuras atrás de seu verdadeiro amor e acaba virando um rei. O interessante é que este livro, ao contrário de Cândido, desculpa a providência e os desígnios superiores. Uma opção barata é a edição da Ediouro.
    O manifesto do Partido Comunista – de Marx e Engels. Está disponível em diversos sites na internet, depois que completou 150 anos de publicação. Um clássico indispensável para intelectuais de todas as áreas e tendências. Verdadeiramente bombástico, é cheio de efeitos retóricos, pois é dirigido ao grande público, ao contrário dos escritos mais “esotéricos” de Marx. O momento histórico tratado é o que viviam os operários e o partido comunista pela metade do século XIX. Apresenta uma brilhante interpretação do processo histórico que levou à ascenção da “mais revolucionária das classes – a burguesa” e à Revolução Industrial- que modificou toda a civilização, a sociedade, as relações de trabalho e os modos de produção. A frase-síntese desta análise já rendeu até um título de livro de Marshall Berman: “Tudo o que é sólido desmancha no ar” .

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