9 de abril de 2016

PERDI O FIO DO LABIRINTO



Nei Duclós

Perdi o fio do labirinto
que tinha estendido com esmero
talvez fosse o chão, de febre ardido
ou a natureza fraca do novelo

Tentei voltar fundado no improviso
catando cego por não seguir a pista
corredor em cruza com as paredes
sem vislumbrar o brilho da saída

Minotauro, a servidão sinistra
esperava a chance de prender-me
não havia solução à vista
a não ser enfrentá-lo em seu aprisco

Mas vencê-lo era parte da contenda
o pior era saber por onde iria
depois que chegasse o desenlace
triunfar no escuro que valor teria?

Precisei entender de não perder-me
na indecisão de uma vitória inútil
a chave do caminho sob a túnica
revelou sua luz em plena luta







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