7 de julho de 2017

AINDA VIVO



Nei Duclós

Sou tão antigo que dá medo
Mais de uma vida sem sossego
Casas em série e cidades vesgas
corpo que expande e se encolhe

Quando me falam já sei o texto
vício longevo de longo bocejo
Nelson dizia: jovens, envelheçam
ao tempo duro nos submetemos

Mas há manhãs deste novo inverno
parece mentira que elas existam
céu impecável e folhas verdes
e o ar frio estimulando a pele

Há lua cheia à noite, e bem visível
o sol sobre o muro, o mar e o vento
tudo o que vale está na natureza
o sonho liberto, o amor ainda vivo

 ,

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