22 de julho de 2017

MÂNTRA



Nei Duclós

Procuras o que hoje não entrego
Contrariando a fome do poema
Oculto a lavra do tardio esquema
Fio desencapado a tomar chuva
Previsão de um adiado choque mútuo

Finjo me ocupar explorando grutas
Nenhuma lâmpada conserva-se no intimo
O inverno combinado às armadilhas
Faço de conta que não há registro
Para um salto quântico, o encontro

Prefiro a solidão, crepúsculo do verbo
Mas és avessa à decisão de ausências
E rompes a estação cobrando a conta
A palavra está na pele, rigor de mântra
O som do amor cultivado na colheita


Nenhum comentário:

Postar um comentário